quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Graduandos: Grande Oportunidade!

Abertas inscrições para programas de Iniciação Científica!

Segundo informações dadas pela Agência USP, estão abertas as incrições para os programas de Iniciação Científica com bolsas nas modalidades CNPq, RUSP e Santander.
Estão abertos os editais para a abertura de inscrições de candidatos às bolsas do Programa de Iniciação Científica (PIC) e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), que contemplam toda  a USP.

As bolsas serão oferecidas por um período de um ano e o bolsista deverá estar regularmente matriculado em curso superior, não ter vínculo empregatício e dedicar-se integralmente às atividades acadêmicas e de pesquisa.

Os editais do PIC e do PIBITI já estão disponíveis e podem ser consultados pela internet. As inscrições podem ser feitas a partir do dia 22 e vão até o dia 30 de abril.

Mais informações: (11) 3091-3290

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Poluição industrial vira alvo de estudos na USP

Que tal utilizar a luz para controlar a poluição das indústrias?

Um equipamento portátil posicionado no solo e que emite pulsos de luz pode revolucionar o controle dos poluentes emitidos pelas chaminés das indústrias. É no que trabalham os pesquisadores do Projeto Lidar, do Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio-Ambiente (Cepema) da USP, que fica em Cubatão, na Baixada Santista.
A técnica do lidar (sigla para o termo em inglês light detection and ranging) é similar à do radar. O radar baseia-se na emissão de ondas de rádio e detecção das ondas que retornam de um objeto. Dependendo do comprimento e da intensidade das ondas refletidas - e recebidas por um sensor -, pode-se calcular a distância de um objeto, seu tamanho, velocidade, entre outras variáveis. No lidar, processo semelhante é feito, mas com a emissão de pulsos de luz por laser. Até então, essa técnica, criada há décadas, só era usada para mapear o ar da atmosfera, analisando a concentração de compostos gasosos e partículas. O projeto do Cepema inaugura um novo uso para o lidar, que pode tornar mais fácil e barato o monitoramento das emissões em processos industriais.

Hoje, as indústrias usam sensores caros e específicos para medir a composição dos gases liberados pelas chaminés. Como, muitas vezes, os gases são quentes e as chaminés são altas e de difícil acesso, a instalação e manutenção desses medidores é complicada e onerosa. Com o lidar, não é necessário subir até o topo da chaminé nem fazer a calibração do equipamento, pois ele é instalado em locais de fácil acesso e direcionado ao ponto almejado, o que possibilita o monitoramento a distância. Mesmo em um ambiente úmido e com névoa, como é a região de Cubatão, o lidar consegue obter resultados em tempo real a distâncias de cerca de 500 metros ou mais. A pesquisa do Cepema desenvolve métodos de análises específicos e confiáveis para monitorar gases como CO (monóxido de carbono), hidrocarbonetos, SO2 (dióxido de enxofre) e NOx (óxidos de nitrogênio), além de partículas poluentes. A próxima etapa do estudo visa aplicar a técnica para medir a distribuição de tamanhos do material particulado expelido por chaminés.

De acordo com o professor Roberto Guardani, responsável pela pesquisa, a técnica poderá ser usada tanto pelos órgãos fiscalizadores quanto pelas próprias indústrias. "A indústria pode usar como instrumento de controle de processo", afirma. Ele explica que "todo processo industrial possui parâmetros técnicos que permitem prever a taxa de emissão de poluentes". Por isso, os engenheiros especializados sabem a quantidade regular de componentes emitidos em cada etapa de produção. Com o uso do lidar, será possível detectar e corrigir falhas operacionais antes que isso cause prejuízos ambientais e financeiros. Os pesquisadores pretendem quantificar o que sai das chaminés para que, daqui a algum tempo, o controle de qualidade do ar e da produção sejam mais ágeis. Isso deverá causar menos gastos para a indústria e menos poluição à atmosfera. (Agência USP)

As primeiras medições aconteceram entre outubro e dezembro. A cada dois ou três meses, o grupo pretende fazer novos experimentos e ajustes aos programas de leitura dos raios refletidos.
O Projeto Lidar é interdisciplinar, integrando químicos, engenheiros químicos, físicos e meteorologistas, envolvendo, além da USP, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).




Respirando problemas: um caso de poluição fatal.

Estudos apontam a presença de elementos tóxicos e carcinogênicos na poeira doméstica!

Mais uma vez, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares sai na frente com uma tese de Doutorado realizada no Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA).  estudo está voltado para a análise da poeira encontrada nas residências da população brasileira, mais especificamente de algumas casas de SP. 
Pesquisadores do Centro de Química e Meio Ambiente do Ipen desenvolveram estudo de doutorado para avaliar as características químicas e toxicológicas em amostras de poeira doméstica de quatro bairros da região Norte da cidade de São Paulo. O objetivo principal da pesquisa é determinar metais potencialmente tóxicos e ftalatos, substâncias mais preocupantes do ponto de vista de saúde pública, por serem capazes de provocar distúrbios endócrinos e mutações.
Inicialmente foram selecionadas 100 residências, nos bairros Freguesia do Ó, Pirituba, Jaraguá e Perus, sendo 69 as escolhidas. Os locais foram selecionados pela proximidade às marginais, rodovias paulistas, estações ferroviárias, aterros sanitários.
A avaliação realizada envolveu apenas ambientes residenciais e seguiu protocolo baseado em orientações da EPA (agência de proteção ambiental norte-americana). A coleta foi realizada entre os anos de 2006 e 2008, utilizando aspirador de pó. As amostras foram peneiradas e a fração mais fina analisada, por apresentar maior concentração de contaminantes.
Os ftalatos são compostos orgânicos utilizados como aditivos de materiais plásticos, como o PVC, para melho-rar suas propriedades físicas. Porém, a sua incorporação é parcial e devido ao desgaste natural ou intempéries estes compostos tendem a se desprender dos materiais e migrar para o meio ambiente. Estas substâncias são acumulativas e não biodegradáveis e podem se alocar no tecido adiposo, provocando distúrbios endócrinos e mutações. Há estudos mostrando que há migração dos ftalatos presentes em utensílios médicos como catéteres e bolsas de sangue, bem como de utensílios e artefatos domésticos.
As análises foram feitas utilizando-se técnicas de fluorescência de raios-X para os metais e cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massa para os ftalatos.
De acordo com Valdirene Scapin, a pesquisa mostrou que cromo, níquel, cobre, zinco e chumbo encontram-se acima dos valores de referência permitidos, quando comparados com os valores de exposição (somatória dos teores aceitáveis para contato dermal, inalação de partículas e ingestão de solo, publicados pela Cetesb). Os resultados comprovam a contaminação dos ambientes domésticos internos por metais pesados.
A orientadora Ivone Mulako Sato alerta sobre os teores de ftalatos e para a ausência de normativa oficial para comparação dos valores determinados com valores de referência. Ftalatos como o DEHP e o DnBP encontram-se acima dos valores de referência inter-nacionais permitidos para ingestão.
Fonte: www.ipen.br