quinta-feira, 27 de junho de 2013

Você anotou isso?

OS REGISTROS DE UM EXPERIMENTO SÃO TÃO IMPORTANTES QUANTO SEUS RESULTADOS
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       Qual a importância do caderno de anotações de laboratório? Como você se utiliza dele? Como organiza suas informações?
         Todas essas perguntas servem para indicar um grande desafio dentro e fora do laboratório, um desafio clássico na pesquisa científica que é o chamado registro de notas. Toda documentação relacionada com uma pesquisa é parte fiável da buscar por respostas que ajudarão a montar um pequeno ou gigantesco quebra-cabeças que pode se tornar o seu projeto. Para pensar em situações práticas, assista ao vídeo abaixo e busque se adequar aos caminhos que melhor lhe favoreçam a organização.


        A partir de agora, cuide bem de suas anotações, elas podem fazer toda diferença na qualidade de suas pesquisas. Busque anotar constantemente todas as possíveis observações, por mais simples que possam ser, futuramente você as esquecerá caso não o faça. Lembre-se que os erros também são resultados, quem não leva em consideração os erros e problemas de um experimento, não está fazendo pesquisa de qualidade, mas sim, apenas tentando acertar um objetivo.
        Bom trabalho a todos ;)

Texto sobre a escrita científica publicado por Gilson Volpato no livro "Dicionário Crítico para Redação Científica" pode ajudar a melhorar nosso domínio com as palavras e assim contribuir para uma redação mais clara e objetiva. Leia mais no site da Agência FAPESP.

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sábado, 22 de junho de 2013

O desafio com as Terras-Raras


Os elementos químicos de números atômicos 57 a 71 (La-Lu), denominados lantanídeos, mais os de número 21 e 39 (Sc e Y), formam o grupo conhecido como terras-raras (TRs), totalizando 17 elementos, de acordo com CONNELY et al. (2005, p.2). Esta denominação se deve ao fato de as terras-raras terem sido descobertas na forma de seus óxidos (semelhantes às terras) e que seus minérios de origem eram considerados raros. No entanto, sabe-se hoje da abundância desses elementos, sendo o cério de maior ocorrência na superfície do planeta que o cobre.
As terras-raras são metais de transição, sendo os lantanídeos considerados de transição interna. Presentes em centenas de minerais, essas substâncias têm na monazita, na bastnasita e na xenotímia seus principais minérios. Em especial, configuram-se em insumos essenciais para a produção de catalisadores utilizados no refino do petróleo, mas também estão presentes no processo de fabricação de diversos itens de alta tecnologia, como superímãs aplicados em geradores eólicos e motores de carros elétricos, em lâmpadas (fluorescentes e LEDs), bem como em telas de televisores e monitores.
A China é a maior produtora mundial de terras-raras, exercendo quase um monopólio nesse mercado, que movimenta cerca de R$ 10 bilhões por ano. O país controla cerca de 95% das reservas disponíveis. Em menor escala, se destacam a Rússia e outras ex-repúblicas soviéticas que formam a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), além de EUA, Austrália e Índia. Recentemente, EUA e Austrália retomaram a produção em jazidas inativas. Os maiores consumidores desses elementos são China, Japão, EUA, Alemanha e França.
Apesar de ter um expressivo potencial de produção, o Brasil ainda é um importador de terras-raras, que abastecem indústrias de catalisadores, vidros, cerâmicas, entre outros materiais. As reservas provadas do País, que podem ser lavradas economicamente, são de pouco mais de 30 mil toneladas, menos de 1% do volume mundial. No entanto, os investimentos em promissores polos produtores são crescentes: Araxá e Poços de Caldas (MG), Catalão e Minaçu (GO) e Pitinga (AM).
Dezenas de locais, no litoral e no interior do país, também possuem incidência de minérios contendo TRs, de acordo com o estudo “Avaliação do Potencial dos Minerais Estratégicos do Brasil”, coordenado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), do Ministério de Minas e Energia, que deve ser concluído neste ano. Alguns resultados desse levantamento foram apresentados durante o I Seminário Brasileiro de Terras-Raras, promovido em dezembro de 2011, no Rio de Janeiro, pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Osvaldo Antonio Serra, professor titular da Universidade de São Paulo (USP) no Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLR) em Ribeirão Preto. Ele é Bacharel com Atribuições Tecnológicas e Licenciado em Química pela USP. Doutor em Ciências - Química pela USP e fez dois pós-doutorados nos EUA. Atualmente, é coordenador do Laboratório de Terras-Raras da USP de Ribeirão Preto. Suas linhas de pesquisa são terras-raras, sol-gel, luminescência, nanocompósitos, catalisadores, porfirinas e química bioinorgânica.

Texto publicado pelo Conselho Regional de Química (CRQ-IV). Disponível em <http://www.crq4.org.br/quimicaviva_terrasraras>